Hoje o dia é dedicado ao chimarrão. Um dos principais símbolos do Rio Grande do Sul, o chimarrão (ou mate) é uma bebida característica da cultura do sul da América do Sul. Herança dos índios guaranis que habitavam o território do que são hoje a República do Paraguai e o estado do Paraná, e difundida pelos padres jesuítas, no tempo das Reduções (Missões Jesuítas). O chimarrão chegou a ser proibido no sul do Brasil durante o século XVI, sendo considerado “erva do diabo” pelos padres jesuítas.
Servido em cuia e feito com erva-mate, sobre a qual se derrama água quente, o costume é tomar bem amargo, mas há quem misture açúcar. Também é muito comum colocar saquinhos de chá na erva, como cidreira ou hortelã, para adicionar um sabor especial.
Conta a lenda que quando os espanhóis aqui chegaram, encontraram os índios guaranis já utilizando uma bebida preparada, com folhas de uma árvore nativa da região – chamada cáa.
De imediato os espanhóis adquiriram este hábito e passaram a tomar o chimarrão, desde os soldados até oficiais, sem distinção de classes sociais.
Outra lenda conhecida conta que os soldados espanhóis ao chegarem à foz do Rio Paraguay, em 1536, ficaram muito impressionados com a fertilidade da terra às margens do rio e fundaram a primeira cidade da América Latina: Assunción de Paraguay. Como sentiam saudade de seus familiares, os soldados eram conhecidos por beberem muito. E para curar a bebedeira, eles começaram a tomar a erva-mate, pois notaram que ela aliviava a ressaca.
Lendas a parte, o que sabemos hoje é que o chimarrão, tradicional e salutar hábito do Rio Grande do Sul, é um símbolo da hospitalidade do gaúcho, que oferece sempre a qualquer visitante.
Os benefícios da bebida são velhos conhecidos, possui propriedades digestivas e estimulantes, mas não se recomenda tomá-lo antes do café da manhã, para evitar a gastrite. A Ilex paraguariensis, o ingrediente da erva-mate usada para o chimarrão, é um estimulante, tanto mental quanto muscular e possui alcaloides, substâncias responsáveis por eliminar o cansaço físico e mental, a fadiga.
A erva-mate contém quase todas as vitaminas necessárias para nosso organismo: B1, B2, B6, C, E e D, além de ferro, fósforo, potássio e manganês. Altamente digestiva e diurética, suas propriedades benéficas não param por aqui. Possui ação vasodilatadora e hipolipemiante (com potencial para redução dos níveis de colesterol). Também tem ação antioxidante, anti-inflamatória e antimutagênica, que ajudam na prevenção do envelhecimento celular.
Mas fique atento! A erva-mate em excesso pode provocar queda da taxa de glicose, por isso deve ser evitada por hipertensos. Além disso, o chimarrão não substitui a água e não hidrata.
Por ser uma bebida com bastante cafeína, pessoas com sintomas de ansiedade, refluxo ou enxaqueca também devem evitá-la.