A importância da vitamina D para a imunidade

Vitamina D

A nutricionista funcional e oncológica, Rosani Turra, especialista pela Associação Brasileira de Nutrição Oncológica SBNO, esclarece porque precisamos tanto desse “hormônio”

Segundo estudos, a vitamina D, embora todos conheçam e se refiram a ela como uma vitamina, o correto é dizer que é um hormônio esteroidal – pró-hormônio solúvel em gordura, que o organismo pode produzir em circunstâncias ideais, como exposição ao sol (radiação ultravioleta UVB) sem filtro solar, por um período adequado de tempo, onde não ofereça riscos à saúde, além é claro de uma alimentação saudável rica em fontes da vitamina D.
Estudos recentes e reveladores demostraram que todas as células possuem receptores para a vitamina D, o que faz dela uma vitamina de extrema importância para o ser humano estar saudável. Pesquisadores da Universidade de Oxford descobriram 2.776 pontos de ligação com receptores de vitamina D ao longo do genoma. Essas importantes descobertas, abrem diferentes portas de pesquisas e tratamento com o uso da vitamina D, com ampla influência sobre a saúde humana.
A deficiência de vitamina D está associada com inúmeras doenças, como câncer e doenças autoimunes, cardiovasculares e neurológicas.
A vitamina D e seus pró-hormônios têm sido alvo de um número crescente de pesquisas nos últimos anos, demonstrando sua função além do metabolismo do cálcio e da formação óssea, incluindo sua interação com o sistema imunológico, o que não é uma surpresa, tendo em vista a expressão do receptor de vitamina D em uma ampla variedade de tecidos corporais como o cérebro, coração, pele, intestino, gônadas, próstata, mamas, e células imunológicas, além de ossos, rins e paratireoides.
A interação da vitamina D com o sistema imunológico parece ser através de sua ação sobre a regulação e a diferenciação de células como linfócitos, macrófagos, e células natural killer (NK), além de interferir na produção de citocinas in vitro. Entre os efeitos imunomoduladores demonstrados, destacam-se: diminuição da produção de interleucinas-2 (IL-2), do interferon gama (INF) e do fator de necrose tumoral (TNF); inibição da expressão de IL-6 e inibição da secreção e produção de auto anticorpos pelos linfócitos B
A deficiência da vitamina D está associada à exacerbação da resposta imunológica. Os estudos demostraram que a vitamina D na imunidade celular, a prevenção da deficiência e insuficiência da vitamina D é importante para a manutenção da imunidade, deixando mais claro, o intrincado sistema de células especiais que defendem o corpo contra os micro-organismos invasores, tais como os vírus e as bactérias. O sistema imune defende o organismo produzindo anticorpos ou tipos particulares de leucócitos – que são as células da série branca do sangue, conhecidos como linfócitos sensibilizados para atacar os invasores indesejados.
Quando o sistema imunológico trabalha como deveria, ele não ataca as células amigas do nosso corpo.  O sistema responderá somente às ameaças dos verdadeiros inimigos, (vírus e bactérias). Mas quando algo sai errado, o sistema imunológico pode ficar defeituoso e produzir anticorpos e linfócitos sensibilizados para atacar nossas próprias células, o defeito é devido aos distúrbios externos resultantes de medicamentos, bactérias ou de vírus, combinado à pré-disposição genética para doenças autoimunes.
Recentemente se descobriu que uma das razões para a incidência de doenças autoimunes no mundo está relacionada aos receptores de vitamina D no sistema imunológico.  As células do sistema imunológico têm receptores de vitamina D produzida pelo corpo via exposição solar e estudos mostraram que a vitamina D promove saúde celular em outras áreas, diminuindo a probabilidade de ocorrência de resposta autoimune indevida. Sendo assim, quando o corpo funciona de modo satisfatório e dispõe de todos os ingredientes necessários para cumprir suas obrigações celulares, as condições são ideais e há menor probabilidade de ocorrências de um infortúnio em alguma das milhares de reações celulares diárias, vários estudos evidenciam que a exposição à luz do sol é uma medida preventiva  contra doenças relacionadas a imunidade, ou seja, à baixa imunidade, os epidemiologistas afirmam que as doenças autoimunes são menos comuns nas regiões onde o sol brilha a maior parte do ano.
A necessidade da luz do sol para a sobrevivência humana já é um fato bem documentado, mas passamos por uma verdadeira lavagem cerebral e fomos condicionados a acreditar que a exposição à luz do sol é maléfica. Isso é incorreto, segundo o Dr. Michael F.HOlick não há evidências cientificas que corrobore que a exposição moderada à luz solar aumente a probabilidade de cânceres e melanoma, a forma mais letal de câncer de pele, e ressalta o quanto a Vitamina D é importante e necessária para maximizar a nossa saúde.
Estima-se que 30% a 50% das crianças e adultos estão sob o risco de deficiência da vitamina D, aumentando assim o risco de doenças relacionadas a essa deficiência, como cânceres, problemas cardiovasculares e neurológicas como a demência e o Alzheimer.
A vitamina D é reguladora do sistema imunológico, por isso devemos dar mais atenção aos níveis dela em nosso organismo, pois ela é hoje entre todos os níveis séricos a que mais apresenta deficiência. Os resultados apresentados pelos exames laboratoriais como sendo normais, 20 a 30ng/ml, já são questionados por estudos que apontam que o ideal seria entre 40 a 70ng/ml, níveis séricos de 25-OH-D (vitamina D) e vale ressaltar que sua deficiência está relacionada com depressão e déficit de atenção principalmente em jovens, mas este é um assunto e tema para outro momento.
peixes são fontes de vitamina D
Peixes como o salmão e a sardinha são fontes de vitamina D

Como Nutricionista, gostaria de ressaltar que neste momento de pandemia do Covid-19, estaríamos menos preocupados se nosso estilo de vida fosse sempre com o objetivo de nos mantermos mais saudáveis, fazendo uma boa Nutrição, nos nutrindo de tudo que a natureza nos oferece (alimento, sol, nutrientes, atividade física, meditação) enfim com nosso sistema imunológico adequado para que nosso organismo possa dar conta de uma possível contaminação, mas nunca é tarde para começar, recomendo se hidratar muito bem ingerindo, no mínimo, dois litros de água por dia, colocando no cardápio diário frutas, cereais integrais, castanhas, se puder além do sol diário, mais as fontes alimentícias de vitamina D, que são: os óleos de fígado de peixe ( bacalhau e o atum), salmão, sardinha e ovos, além de suplementação em capsulas ou comprimidos de 2.000ui/dia, lembrando que mesmo comendo as fontes e se suplementando é necessário a exposição ao sol pelo menos de 4 a 5 x na semana por 5 a 10 minutos, às 10 horas e às 15 horas, pois é nesses períodos do dia que os raios (UVB ) sintetizam a vitamina D.
Os autores recomendam a suplementação de vitamina D com intuito de atingir níveis adequados da vitamina, evitando, assim, os efeitos deletérios de sua deficiência.

REFERÊNCIAS:
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Rosani Turra     Dra. Rosani Turra – CRN³24777
Nutricionista Funcional e Oncológica
Especialista em Nutrição Oncológica pela SBNO – Associação Brasileira de Nutrição Oncológica
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