Você é consumista ou Acumulador?

Boa pergunta! Principalmente para quem chegou a pensar em como começa a trajetória de um acumulador, daqueles que vemos na TV e nos chocam com a quantidade de itens e lixo acumulados e o sofrimento envolvido, beirando a irracionalidade.
Ninguém começa a ser acumulador do dia para a noite. É uma construção que começa sutilmente, com pequenos consumos e vai até o absurdo de incomodar os vizinhos com a quantidade e qualidade do que é acumulado. No início, um pedido de ajuda silencioso, ao final um grito desesperado.
Todos nós somos consumistas, em menor ou maior escala. Então, qual a diferença entre o consumo de todos nós e dos acumuladores?
Os acumuladores já foram considerados obsessivos compulsivos. Atualmente, já é considerado um transtorno á parte, que não é a mesma coisa que colecionador, pois podemos colecionar, saudavelmente, algumas coisas, mas isso não chega a prejudicar nossas vidas, se tornando uma obsessão.
Os acumuladores são pessoas que juntam de forma patológica objetos , animais e até lixo, sem controle sobre suas coisas, que tomam cada vez mais espaço em sua casa e sua vida. Existe até uma forma nova de acumulação, a digital, onde há o acúmulo exagerado de arquivos, fotos, textos, e-mails e até compras online.
Esse problema de saúde mental e pública tem a ver com distúrbio da química cerebral que regula as decisões e até sensações de prazer e culpa, porém a contribuição psicológica para desenvolver a acumulação é um fator importante. Pessoas que sofreram perdas afetivas importantes, que são solitárias, que tem dificuldades em lidar com sentimentos e emoções ou as nega e pessoas impulsivas são comumente encontradas entre os acumuladores.
Os relatos de acumuladores compulsivos são antigos, mas sem dúvida nenhuma, tem aumentado grandemente nos últimos anos pela própria influência do nosso mundo consumista e imediatista, eu arriscaria dizer, incapaz de lidar com as frustrações da vida sem uma forma de alienação.
Fique atento a alguns sinais:
Recolher e guardar alguns bens e objetos que a maioria das pessoas jogaria fora;
Grande dificuldade, angústia e ansiedade ao pensar ou ser solicitado a descartar ou doar alguns objetos;
Viver em condições insalubres ou de desorganização por causa do acúmulo de coisas;
Não limpar e/ou não permitir que outras pessoas limpem ou arrumem o local em que guarda suas coisas;
Alterar a finalidade do local da casa para guardar coisas;
Ter muitos animais de estimação e não conseguir cuidar deles da melhor maneira ou de maneira independente por causa da quantidade;
As pessoas já falam do exagero, mas há a negação de que o acúmulo está exagerado, chegando a gerar conflitos e sentimentos de raiva;
Sentir vergonha, constrangimento e raiva, mas não conseguir controlar o hábito;
O acúmulo causa prejuízo e sofrimento significativo para si e/ou outros em várias áreas da sua vida.
A maioria dos acumuladores são mulheres e idosos, e o bom prognóstico do tratamento depende da percepção e força de vontade da pessoa para mudar. O tratamento inclui medicação e psicoterapia de longo prazo.