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Dia Nacional de Combate ao Fumo

  • 29/08/2019
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Comemorado em 29 de agosto, o Dia Nacional de Combate ao Fumo,  tem o objetivo  de conscientizar sobre todos os danos causados à Saúde pelo tabaco. Mais de 4.000 compostos químicos (muitos deles tóxicos), incluindo a nicotina, o monóxido de carbono, a acroleína e outros oxidantes: essa é a composição da fumaça de cigarro, cuja exposição constante induz a múltiplos efeitos patológicos no organismo, causados pelo estresse oxidativo das células.
Entre os males que pode causar à saúde estão os problemas relacionados às doenças do coração.  “Os efeitos adversos do cigarro são muitos e, no caso da saúde das veias, o fumo também afeta principalmente a circulação e isso favorece o aparecimento de processos de trombose (com entupimento dos vasos e que pode levar à morte), principalmente quando associado a fatores de risco”, afirma a cirurgiã vascular e angiologista Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Por conta de todas as doenças associadas, o tabagismo é, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal causa de morte evitável no mundo. No Brasil, nos últimos dez anos, segundo o Ministério da Saúde, houve redução de 33,8% no número de fumantes adultos no País, mas uma em cada dez pessoas que reside nas capitais brasileiras ainda mantêm o hábito de fumar.
Normalmente relacionado ao aumento da probabilidade de desenvolver infarto, o cigarro também pode causar problemas circulatórios como arteriosclerose (envolvendo as artérias da perna) e tromboangeite obliterante – distúrbio que afeta as extremidades do corpo. “Em ambos os casos, há riscos de ter de amputar o membro (como pernas, pés e mãos)”, explica.
A médica enfatiza que a nicotina está ligada à diminuição da espessura dos vasos sanguíneos. “Além disso, o monóxido de carbono oferece um fator adicional de risco ao diminuir a concentração de oxigênio no sangue. Todo esse processo pode causar complicações para o normal funcionamento dos vasos, que ficam mais susceptíveis ao entupimento, podendo levar a processos de trombose principalmente quando há fatores de risco envolvidos”, afirma a médica.
A trombose é um termo que se refere à condição na qual há o desenvolvimento de um ‘trombo’, um coágulo sanguíneo, nas veias das pernas e coxas. Esse trombo entope a passagem do sangue. Os principais fatores de risco são: dor na perna, obesidade, uso de hormônios (pílula anticoncepcional), portadores de qualquer tipo de câncer, portadores de Trombofilias (doença do sangue que deixa maior predisposição a coagulação sanguínea) e qualquer condição que aumente a imobilização (gesso, deficientes físicos, fraturas), gestantes e idosos.
Alguns estudos também sugerem que a exposição à fumaça do cigarro resulta na ativação das plaquetas e estimulação da cascata de coagulação, por isso há um aumento na incidência de trombose arterial em fumantes. “Ao mesmo tempo, as propriedades anticoagulantes naturais são significativamente diminuídas”, comenta.
Outra complicação do cigarro é que o ele dificulta o importante papel do sangue no processo de cicatrização, após cirurgias e procedimentos. “O vaso mais estreito tem um fluxo menor de sangue e o suprimento de oxigênio aos tecidos é afetado. Isso dificulta a cicatrização e pode causar até necrose de pele. Várias substâncias no cigarro dificultam a formação de fibroblastos, células ligadas ao processo cicatricial.”
A angiologista alerta que, para os fumantes, o acompanhamento médico é fundamental para impedir que as doenças apareçam ou progridam.
 

Problemas na Pele

Os compostos tóxicos do cigarro estão envolvidos  também em várias desordens cutâneas, como dermatites, ressecamento, inflamações, envelhecimento precoce, psoríase e até câncer de pele, como melanomas e carcinomas.
“Os efeitos do fumo no envelhecimento foram avaliados no norte da Finlândia, onde os efeitos cumulativos da exposição solar são baixos. Os fumantes aparentavam 2 anos a mais que suas idades reais, enquanto os não-fumantes tinham uma média 0,7 ano a menos – justamente por conta dos baixos índices de radiação. O fumo é um dos principais fatores envolvidos no aparecimento de rugas, principalmente em fumantes pesados que fumam mais de 20 cigarros por dia”, afirma o farmacêutico Lucas Portilho, consultor e pesquisador em Cosmetologia.
De acordo com Lucas, o tabagismo é associado com diversas desordens cutâneas, mas até então era desconhecido como o fumo influencia no fator natural de hidratação. Um estudo avaliou 99 homens, sendo que os fumantes foram classificados como fumantes leves e moderados (menos de 20 cigarros por dia) e fumantes pesados (mais de 20 cigarros por dia).
“Foi demonstrado atraso na recuperação da barreira, variando de acordo com o local do corpo, com taxas negativamente relacionadas com o número de cigarros consumidos diariamente. Ou seja, fumantes pesados apresentam uma recuperação de barreira comprometida, deixando a pele mais ressecada, o que pode contribuir, em parte, para um aumento da prevalência de certas desordens cutâneas”, afirma Lucas.
A nicotina atua de forma negativa nas funções das células mais superficiais, estimulando o estresse oxidativo e a liberação de comunicadores pró-inflamatórios, isto é, que vão causar inflamação na pele, segundo Lucas. “Esses comunicadores podem beneficiar o reparo e regeneração da pele, mas quando ocorre uma inflamação excessiva, quando são ativados de maneira constante, eles podem prejudicar a função de barreira da pele.” O estresse oxidativo inibe a proliferação dos queratinócitos, prejudicando a renovação celular.
Além disso, a nicotina está envolvida em um processo de desregulação do equilíbrio da pele, então ela pode também estimular a produção de sebo e inibir a síntese de proteínas. “Com isso, os fumantes apresentam uma oleosidade maior nas áreas contendo muitas glândulas sebáceas e há pontos de ressecamento extremo em áreas com poucas glândulas sebáceas. Isso é ambivalente: ao mesmo tempo em que a pele está oleosa, ela está ressecada”, diz Lucas.
O especialista afirma que os resultados de uma metanálise que avaliou os artigos dos últimos 40 anos que relacionam Dermatologia e tabaco sugeriram forte associação com numerosas condições dermatológicas, por conta de alterações sanguíneas, reações inflamatórias e imunossupressão. “Com relação à alteração sanguínea, há um aumento da vasoconstrição e de danos à camada epitelial dos vasos, o que dificulta a cura de ferimentos e favorece problemas como tromboangeíte obliterante e doenças arteriais periféricas obstrutivas. Também há reações inflamatórias, pois há efeitos imunológicos excessivos induzidos pelo cigarro, favorecendo doenças como psoríase, dermatite atópica, acne e lúpus eritematoso”, afirma Lucas.
Para tratar os problemas relacionados ao envelhecimento da pele, o especialista sugere, além do abandono do vício, o uso de cremes antioxidantes e altamente hidratantes.
 
Fonte: Redação