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Asma: o que é e como conviver com ela?

  • 27/08/2019
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A morte precoce da escritora, atriz, roteirista, apresentadora de TV, Fernanda Young, aos 49 anos, acendeu um alerta entre os pacientes com diagnóstico de doenças respiratórias crônicas.  Fernanda sofria de asma e morreu após uma crise seguida de parada cardíaca.
A asma é uma doença crônica (portanto, sem cura) e que aparenta ter fácil controle, com suas bombinhas para a respiração sempre ao alcance. A verdade é que ela é bem mais complexa e exige tratamento correto e especializado.
As doenças crônicas são uma das principais preocupações na área da saúde pública. Por não terem cura, essas doenças exigem um cuidado constante e acompanhamento médico, e caso não sejam tratadas adequadamente podem causar complicações, levando a internações e até ao óbito.
Os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) de 2015 apontam que as enfermidades crônicas não transmissíveis foram a causa de cerca de 72,6% das mortes no Brasil, entre elas a asma. Segundo dados do Ministério da Saúde, seis pessoas morrem todos os dias em decorrência do mal no Brasil.
A maior parte dos asmáticos sofre com a doença desde a infância, em uma sistema que tem origem genética. Na vida adulta, a asma pode surgir a partir do comportamento do paciente. O tabagismo, a poluição ambiental e vírus são alguns dos causadores, assim como a falta de atividade física e a obesidade.
 

Asma: o que é:

Popularmente conhecida como “bronquite asmática”, a amas é uma doença inflamatória de causa alérgica que leva à falta de ar e chiado no peito. Ela provoca sérios impactos sobre a vida do paciente, tais como limitação para atividades físicas e esportivas, perda da qualidade do sono e emergências desnecessárias. Como todas as doenças crônicas, a asma acompanha o paciente durante toda a vida, podendo se expressar e ter impactos diferentes em cada faixa etária.
 

INFÂNCIA

A asma costuma se manifestar durante a infância, embora também seja possível que uma pessoa viva sem apresentar os sintomas até a vida adulta ou idade mais avançada. Assim, é fundamental identificar os sinais da doença e procurar um especialista para cuidados adequados. Durante os primeiros anos de vida, a asma causa maior impacto na qualidade de vida do paciente, porque as crianças são mais frágeis e o sistema imunológico delas costuma ser mais fraco. Os pequenos estão mais suscetíveis às doenças virais e bacterianas e, quando começam a frequentar a escola, é comum que fiquem mais gripadas. Para os bebês e crianças que já têm a predisposição genética a desenvolver asma, todos esses fatores se tornam riscos à saúde.
No caso dos bebês, “A amamentação é extremamente importante, porque aumenta a proteção do bebê contra vírus respiratórios, que são os gatilhos de crises de asma nessa fase”, explica o responsável pelo ambulatório de Pneumologia da Residência de Clínica Médica do Hospital Universitário de Taubaté, José Roberto Megda Filho.
A asma na idade infantil pode limitar as brincadeiras dos pequenos, provocar faltas às aulas e prejudicar o rendimento escolar. Além disso, é preciso estar atento aos fatores de risco para a doença. Alérgenos (como ácaro, poeira, mofo e pelos de animais), poluição, ambientes fechados, produtos químicos com odores fortes e mudanças climáticas são outros elementos desencadeadores das crises de asma em todas as idades.

VIDA ADULTA

Muitos casos de asma na infância entram num período de remissão espontânea, isto é, os pacientes não apresentam mais os sintomas de falta de ar e crises. Geralmente, os pacientes e familiares interpretam como cura e abandonam o tratamento e o acompanhamento médico. A asma não tem cura, mas é possível ter controle total da doença. Mesmo sem apresentar crises frequentes, o paciente pode manifestar a asma, principalmente durante as mudanças de estação, em casos de infecções respiratórias e após exercícios físicos rigorosos. A obesidade e o estresse estão relacionados com a piora da asma em todas as idades. No caso dos adultos, há mais fatores de risco associados, como o tabagismo e refluxo gastroesofágico.

TERCEIRA IDADE

Nos idosos, a asma volta a ser preocupante. “Com a idade, a musculatura dos pulmões perde a elasticidade e a respiração se torna mais difícil, provocando cansaço. O sistema imunológico dos idosos é mais frágil, o que dificulta a identificação da asma. A doença apresenta sintomas similares aos de doenças cardíacas e outras doenças respiratórias e seus indícios podem ser confundidos com sinais de envelhecimento. Por isso, a asma costuma ser subdiagnosticada nos idosos”, explica Megda.
Todos esses elementos, somados à condição genética para o desenvolvimento da asma e a exposição aos fatores de risco, como tabagismo e poluição, podem aumentar a frequência de crises da doença. A partir dos 60 anos a preservação da capacidade respiratória geralmente causa implicações para a qualidade de vida desses pacientes, porque a boa respiração está relacionada com a capacidade de trabalhar e ser independenteiii.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO EM TODAS AS IDADES

Quando tratada adequadamente, a asma pode ter seus sintomas controlados – o que confere uma melhor qualidade de vida e nenhum impacto na rotina do paciente em qualquer fase da vida.
Megda ressalta que, apesar do diagnóstico ser mais difícil em crianças com até 5 anos, é importante não negligenciar sinais de qual algo está errado. A GINA (Iniciativa Global para Asma) determina alguns sinais de que o paciente não tem a asma controlada, caso os apresente nas últimas quatro semanas: apresentar sintomas mais de duas vezes por semana, ter problemas para dormir, utilizar medicamento de resgate mais de duas vezes por semana e ter limitações na rotina devido à asma.
“Quando a pessoa apresenta esses sinais de forma recorrente, é importante procurar um especialista para ter o diagnóstico correto”, reforça a especialista. Para identificar a asma, crianças a   partir dos 6 anos podem realizar o exame de espirometriaiv, conhecido também como teste do sopro.